Patricia Maria Vargas de Lima

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Apresentem aos seus colegas a distância os dados relevantes ao projeto de intervenção pedagógica observados em suas escolas, comunidades e municípios. Esta é uma oportunidade para que se conheçam diferentes realidades sociais educativas e, quiçá, as mesmas realidades sob diferentes olhares.
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Re: Patricia Maria Vargas de Lima

por Sônia Regina Wollinger Murphy -
O perfil sócio-econômico desfavorável de uma comunidade, tipificado por toda sorte de carências entre seus integrantes, seguramente não pode ser apontado como um entrave à implantação da Escola Integral e Integrada, até porque está realidade é uma das justificativas que fundamentam o projeto. No nosso caso específico, no pequeno mas estratificado bairro de Nova Esperança, em Blumenau, este perfil está plenamente caracterizado. Um dos principais problemas que enfrentamos, no entanto, e que em grande parte é uma decorrência, diz respeito à itinerância de considerável parte da população que atendemos. Muitas famílias encontram no bairro um “pouso temporário”, inviabilizando ou descaracterizando as premissas de integralidade e integração do projeto que, por conta de soluções de continuidade, tem sua evolução prejudicada, principalmente quando se pretende avaliar resultados para propor novas intervenções e melhorias. Outro fator, não menos importante nesta equação, é o próprio quadro de educadores, que com alguma frequência é alterado por substituições impostas por uma política pública pouco comprometida com os fundamentos do modelo de educação que propõe. Isto, a despeito dos esforços da administração escolar e da orientação pedagógica em tornar transparentes estas mudanças nos quadros. Um sistema que funcione de forma ideal, ano após ano, imune às vicissitudes e idiossincrasias, é ainda algo a ser conquistado.
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Re: Patricia Maria Vargas de Lima

por Taise Martins Santos -

Este contexto social se repete nas cidades litoraneas principalmente nas questões relacionadas ao sentimento de pertença  visto a constante migraçao da populaçao. É comum aparecerem politicas publicas que se dissipam sem que haja uma finalizaçao. Dessa forma, a própria sociedade vê-se incredula perante a algumas propostas. Há de se inicir um trabalho tendo consciencia desta realidade, pois conhecendo os erros passados pode-se inverter a situaçao. No entanto, é necessario uma coordenaçao presente e gestora, atuante e ouvinte.

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Re: Patricia Maria Vargas de Lima

por Shirley Camargo -

Ao construirmos os projetos de nossa escola, o que até então não possuía, planejamos o que temos intenção de fazer, realizar. Lançamo-nos para diante, com base no que temos, buscando o possível. É antever um futuro diferente do presente. Nessa perspectiva, o projeto político-pedagógico vai além de um simples agrupamento de planos de ensino e de atividades diversas. O projeto não é algo que é construído e em seguida arquivado ou encaminhado às autoridades educacionais como prova do cumprimento de tarefas burocráticas. Ele é construído e vivenciado em todos os momentos, por todos os envolvidos com o processo educativo da escola, constituindo um processo democrático de decisões, preocupando-se em instaurar uma forma de organização do trabalho pedagógico que supere os conflitos, buscando eliminar as relações competitivas, corporativas e autoritárias, rompendo com a rotina do mando impessoal e racionalizado da burocracia que permeia as relações no interior da escola, diminuindo os efeitos fragmentários da divisão do trabalho que reforça as diferenças e hierarquiza os poderes de decisão.

A escola, para se desvencilhar da divisão do trabalho, de sua fragmentação e do controle hierárquico, precisa criar condições para gerar outra forma de organização do trabalho pedagógico e devido a este problema nossa escola não possui estrutura física e financeiras para um projeto de educacao integral.Talvez a reorganização da escola deverá ser buscada de dentro para fora. O fulcro para a realização dessa tarefa será o empenho coletivo na construção de um projeto e isso implica fazer rupturas com o existente para avançar. Precisamos entender que a educação integral e integrada da escola como uma reflexão de seu cotidiano. Para tanto, ela precisa de um tempo razoável de reflexão e ação, para se ter um mínimo necessário à consolidação de sua proposta. A construção do projeto requer continuidade das ações, descentralização, democratização do processo de tomada de decisões e instalação de um processo coletivo de avaliação de cunho emancipatório dos meios governamentais.

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Re: Patricia Maria Vargas de Lima

por Patrícia Maria Vargas de Lima -

Sônia, Shirley e Taíse!

É importante que os problemas sejam identificados para que se pense  em possíveis alternativas, tanto para construção de um novo projeto de Educação Integral e Integrada, como para um relato com sugestões de perspectivas de intervenção. Os levantamentos apresentados por vocês, até o momento, apontam questões comuns (como as dificuldades em relação às políticas públicas) e outras peculiares a cada realidade em que cada uma está imersa. Para mim o maior desafio é repensarmos uma nova estrutura de tempo e espaço distinta daquela que já está impregnada em nosso DNA. Nosso desafio será o de ocuparmos os espaços e as mentes dos seres sociais que compactuam conosco da realidade criada até o momento. 

Abraços a todas... Patrícia Lima