Neovocalidade e Intermidialidade

Neovocalidade - corpo-texto

Neovocalidade - corpo-texto

por Jonatas Rodrigues Medeiros -
Número de respostas: 1

O pós-moderno, seguindo uma discussão de/pós-colonial, rompe com o cânone estético estrutural da instituição literária, recolocando novas formas do fazer artístico poético, onde não apenas a letra encontra seu imperativo, mas todo um conjunto de signos é convidado a se apresentar em um suporte que, em vez de ser mortificado na letra do papel, vivifica-se na multimodalidade do vídeo. A "invisibilidade" poética já não é possível, o corpo tem história, ele não é apenas produtor ficção, é realidade que pulsa, Bia Ferreira é signo em corpo, quando narra e aponta pra sua pele, ela incarna o próprio significante, seu corpo é texto, sua pela é signo sua voz é cadência verbal. Kayapó não pode ser só letra e texto, sua poesia não cabe em um papel branco pronto a ser preenchido por letras mortas. A vida do texto é o corpo, a letra é a música, o ritmo é a dança e a métrica é o instrumento. A subversão histórica não é apenas de conteúdo "a era da política da literatura", mas seus modo de produção, seu suporte e espaço de circulação. O dialogismo intermidiatico presentifica o autor e aproxima as linguagens até então secundárias. A força é: um corpo, um gesto e um instrumento, onde tudo é signo-poético.

Em resposta à Jonatas Rodrigues Medeiros

Re: Neovocalidade - corpo-texto

por Eleonora Frenkel Barretto -

Jonatas,

Creio que o conceito de literatura como campo expandido é interessante para dar conta do que você aponta. A literatura deixou de ser a tradicional biblioteca de clássicos há um tempo e os estudos literários de algum modo reconfiguram seus conceitos de valoração e análise crítica.