Olá, Bianca!
Minha sugestão de tradução é uma letra de música/poesia adaptada que me toca profundamente, por muitos motivos. A cada performance, a cada leitura, a cada voz, fico sempre muito comovida. Chama-se Strange Fruit, já é uma senhora com seus mais de 80 anos e foi, na verdade, adaptada pela cantora Billie Holiday de um poema (Bitter Fruit) escrito por um professor horrorizado pelos linchamentos contra pessoas negras no sul dos Estados Unidos.
Apesar de compartilhar aqui uma versão imortalizada pela própria Billie, em 1959 (e da existência de tantas outras marcantes), tomo a liberdade de sugerir também Nina Simone, dez anos depois. Pra mim, a favorita, e quase uma definitiva. Ouso dizer que foi até um divisor de águas na minha vida, com um antes e um depois de conhecê-la. Devastadora e dilacerante, só como a perversidade do racismo pode ser.
Sobre sua adequação ao contexto atual, bom, acho que nunca conhecemos cenário muito diferente, que fizesse dessa obra algo quase inverossímil.
Obs.: Os vídeos são, em si, performances e narrativas visuais à parte, especialmente o da Nina. Se quiser conversar mais a respeito, vou adorar.
Um beijo.
Blood on the leaves and blood at the root
Black bodies swinging in the southern breeze
Strange fruit hanging from the poplar trees
The bulging eyes and the twisted mouth
Scent of magnolia, sweet and fresh
Then the sudden smell of burning flesh
For the rain to gather, for the wind to suck
For the sun to rot, for the tree to drop
Here is a strange and bitter crop