Troca de cartas

Carta para Maria Barbara Florez Valdez

Carta para Maria Barbara Florez Valdez

por Gabriela Silvina Maltempo -
Número de respostas: 5

                                                                             Buenos Aires, 7 de Julho 2020 *Ano da pandemia

 

Olá Maria Barbara Florez Valdez

Como você está?

Queria recomendar um poema que logo se transformou em música e foi veículo para denunciar através de recursos literários a situação que padecia meu pais e toda a região, durante a ditadura militar da Argentina.

Esta escolha foi por causa da visita virtual que realizei ao site da UFSC próprio no dia da inauguração, e me abriu a ideia de relembrar as realidades paralelas que padecíamos e as maneiras de denunciá-las. https://expoimdh.ufsc.br/  .

Tento salientar o valor da palavra e da performance desta letra composta originalmente para um filme, baseada no livro de Lewis Caroll, "Alice no País das maravilhas” e se adaptou a modo de una sátira-fábula que desvelava os pesadelos que vivia a Argentina nos tempos da ditadura militar. Conseguiu contar a história do pais com os seus principais governantes apelidados como os   conhecia o povo e, contudo, os militares nem suspeitaram do conteúdo, razão pela que a música não só não foi censurada senão que serviu para comunicar a situação que se vivia.

Existem muitas análises do texto na web que, sem dúvida, podem ajudar com a tarefa de desentranhar o que  parecia pertencer a um relato irreal, porém resultava brutalmente explícito e mostrava às claras o que se pretendia dizer.

O autor é Charly Garcia, um grande compositor de Rock nacional.

Aqui vai!  Aproveito a ocasião para te enviar um abraço virtual.

Canción de Alicia en el país

Quién sabe Alicia éste país
no estuvo hecho porque sí.
Te vas a ir, vas a salir
pero te quedas,
¿dónde más vas a ir?

Y es que aquí, sabes
el trabalenguas traba lenguas
el asesino te asesina
y es mucho para ti.
Se acabó ese juego que te hacía feliz.

No cuentes lo que viste en los jardines, el sueño acabó.
Ya no hay morsas ni tortugas
Un río de cabezas aplastadas por el mismo pie
juegan cricket bajo la luna
Estamos en la tierra de nadie, pero es mía
Los inocentes son los culpables, dice su señoría,
el Rey de espadas.

No cuentes lo que hay detrás de aquel espejo,
no tendrás poder
ni abogados, ni testigos.
Enciende los candiles que los brujos
piensan en volver
a nublarnos el camino.
Estamos en la tierra de todos, en la vida.
Sobre el pasado y sobre el futuro,
ruinas sobre ruinas,
querida Alicia.

Se acabó ese juego que te hacía feliz.

Em resposta à Gabriela Silvina Maltempo

Re: Carta para Maria Barbara Florez Valdez

por Eleonora Frenkel Barretto -

Gabriela e Maria Barbara,

É riquíssimo este material! Muito importante o trabalho da arte para não permitir o apagamento da memória.

Em resposta à Eleonora Frenkel Barretto

Re: Carta para Maria Barbara Florez Valdez

por Gabriela Silvina Maltempo -

Obrigada Eleonora pela devolução. 

Este curso não deixa de imprimir boas satisfações!

Abraço!

Em resposta à Gabriela Silvina Maltempo

Re: Carta para Maria Barbara Florez Valdez

por Luiz Roberto Lins Almeida -

Say no more é show.

Se não me engano, essa música foi composta por Charly enquanto estava no grupo Serú Girán. Parte dessa obra foi gravada no Brasil.

Em uma entrevista, Pedro Aznar (outro integrante da mitológica banda) disse que Charly era enfático em que era preciso combater a ditadura, mas do ponto de vista da beleza.

Charly, el que "salta nueve pisos" es "el león que se come a las fieras", ambas dicções de Fito Paez.

Em resposta à Luiz Roberto Lins Almeida

Re: Carta para Maria Barbara Florez Valdez

por Gabriela Silvina Maltempo -

Olá Luiz,

exactamente assim como você está contando.

Ele é parte da memoria viva de uma nova estética das artes.

Obrigada pela devolução!

abraço!