Neovocalidade e Intermidialidade

Neovocalidade e Intermidialidade

Neovocalidade e Intermidialidade

por Levi Mateus Domingos -
Número de respostas: 1

A importância entre os aspectos da leitura e da performance é extrema. O poema exige a presença de um corpo, e se "joga": em cena (performance), como no vídeo de Luiza Romão e Marcia Kambeba, ao lembrar que a nossa colonização foi regada de crimes contra a humanidade. Os videos acabam nos trazendo também uma reflexão sobre a colonização e identidade. Principalmente na performance de Bia Ferreira, quando descreve o sofrimento e a exploração que durante séculos perseguiu seus antepassados, e continua, até os dias de hoje maquiadamente.

Lembrando que nesse momento, t
ransmissão e recepção são uma única ação. Porém, a língua não é o que interessa, mas a voz, o suporte vocal da comunicação humana. A força da voz viva.

O canto Kayapó mantém a ideia de que o acontecimento histórico central é a voz que entoa a canção. A voz é presença, é materialidade. E a voz não existe sem um corpo. E o corpo é, antes de tudo, materialidade. Um poema pode estar ali antes que alguém o leia, mas uma canção só existe quando entoada, vocalizada por alguém. Quando se leva isso em consideração torna-se fundamental compreender que o intérprete de uma canção, ao vocalizar, é perpassado simultaneamente por aquilo que advém de sua subjetividade, mas também pelo que a ultrapassa. A voz que entoa a canção é presença, e se oferece à história junto a todas as materialidades que a cercam e promovem, principalmente através das tecnologias, como fenômeno que, embora contribua e pactue com o semântico, é, antes de tudo, sensorial!

Em resposta à Levi Mateus Domingos

Re: Neovocalidade e Intermidialidade

por Eleonora Frenkel Barretto -

Olá Levi,

Boa reflexão.

O que fiquei pensando é que me parece que neste momento há pouca maquiagem para encobrir as diversas formas de genocídio que continuam sendo praticadas, com a cara lavada mesmo, e isso é extremamente revoltante.