Tradução, Performance e Descolonização

Boa noite a todes. 

Após a leitura dos textos e assistir aos vídeos eu fiquei me questionando algumas coisas que enumerei abaixo:
1) Os quatro vídeos foram produzidos sob datas diferentes, contextos diferentes e por pessoas étnicas diferentes, embora relatem experiências que denotam a história Brasileira, e que continuam até os dias atuais. 
2) A maioria foram mulheres que apresentaram e apenas um foi com uma comunidade. Destaco isso pois achei interessante a abordagem do povo indígena que vem sendo vítima, cada dia mais, de abusos e violências e soa aos ouvidos dos não-indígenas como algo estranho, intraduzível, não performático (Óbivio que me refiro àqueles que não querem ajudar ou respeitar o povo indígena). 
3) A voz me pareceu o prncipal fator de transformação dessas performances. A modulação, a expressão da vontade, da ira, do medo, do encantamento, não seria capaz com o texto apenas lido. Creio que é nisso que Zumthor se refere quando diz sobre "universo de vocalidade". Ao meu ver esse fenômeno ganha cada dia mais força, principalmente quando posto por sociedades e comunidades étnica ou socialmente demarcadas.
4) A expressão corpórea também contribui para qua a execução da performance seja efetivada, e assim o sentimento expresso possa ser 'traduzido' para a sociedade. Penso nisso como uma forma de tradução "intíma", na qual os outros possam negar, mas recebem a dor, o encanto, etc, e compartilham daquele sentimento / motivação.
5) Também achei interessante o fato de cada apresentação performática se utilizar da "arma" de seu "Outro", num sentido de Edward Said, para demonstrar a sua voz, ou seja, as redes sociais, os meios de informação, a língua "culta", a internet, etc. Um verdadeiro movimento de resistência frente às dificuldades, pois nenhum deles esquece de suas raízes e não as deixa em prol de um outro lugar.
Muito obrigado pelo espaço.