Neovocalidade e Intermidialidade

Neovocalidade

Neovocalidade

por Amanda Onishi -
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Ao ler o texto me prendi na parte em que o autor comenta sobre a potencialização do ato performático na leitura literária, me recordou uma passagem do livro Celtic Myths and Legends de T.W. Rollestion, que narra a queda de um nobre por conta da poesia de um bardo, que se considera maltratado pelo nobre, e o intima com suas interpretações. No Brasil presenciei fenômenos parecidos nas batalhas de viola no interior de São Paulo, na região em que vivi tanto o violeiro quanto a pessoa sobre a qual ele escreve (escrita essa muitas vezes feita durante o ato, como no slam), podem ganhar ou perceber reputação naquele determinado grupo de acordo com o sucesso da performance poética do artista. Isso me traz a outra reflexão sobre o texto, o autor enfatiza a ressureição da leitura vocal e visal, eu nunca havia pensado dessa forma. Sempre vi essa forma de passagem de conhecimento e arte como viva no âmbito popular, fiquei curiosa para ler o livro e compreender melhor esses pontos.

Sobre os vídeos: o que mais chama atenção talvez seja pensar como hoje podemos ter acesso a esses contextos de poesia que anteriormente nos eram desconhecidos. Em todos os vídeos temos contato com a vocalização de problemas graves para aqueles grupos, é incrível toda a possibilidade de interação que se torna possível. Lembrei de uma youtuber americana chamada Natalie Wynn, marxista, filósofa e mulher trans, ela constrói várias performances com figurino, interpretação e cenário e usa recursos como textos literários, filosóficos e políticos, conta histórias, o trabalho dela é tão multidisciplinar que às vezes tenho dificuldade em analisar exatamente o que ela faz, mas é isso que o mundo contemporâneo permite, unir áreas antes separadas. A neovocalidade é muito ampla.

Outro ponto que percebo dessa relação transmissão x recepção é a forma que recebemos. Com as mídias sociais o receptor transcede esse papel, ele pode participar ativamente da criação daquela obra, vejo que a internet tem a capacidade de desinibir as pessoas, me parece que a criação se torna mais fluida, vejo a neovocalidade muito fluida, sendo construída em grupo, não mais um artista no palco declamando e a platéia recebendo aquela informação, com possibilidade limitada de interação. Todos parecem estar no palco discutindo, argumentando e criando.

Achei interessante a colocação no vídeo da professora sobre leitura, minha opinião é que nunca lemos tanto quanto antes, falo aqui da leitura visual. Sim, os formatos mudaram, lemos textões do Facebook, tweets, posts no Instagram, mas também lemos fanfics, livros no kindles e no tablet, talvez a literatura está se ajeitando, como já se ajeitou antes, mas vejo muito potencial nessas formas novas de trabalhar textos, leitura, expressão.

Ia comentar sobre caligrafia, mas vi que o texto estava ficando gigantesco, então deixo para meus colegas acrescentarem seus pensamentos. Professora, no vídeo você define repertório e arquivo, fiquei confusa sobre qual a definição adequada, você poderia esclarecer, por favor?

Obrigada,