Programação

  • Tecnologias Educacionais

    Ensino de História da África

    Arte e Cultura Africana

    O objetivo desta atividade é reunir e disponibilizar Tecnologias Educacionais que possam contribuir com o ensino da História da África, Arte e Cultura Africana na Educação Básica Pública do Brasil.

    Esta atividade é destinada preferencialmente a estudantes de graduação e professores e alunos de História e Artes da Educação Básica Pública.

    A equipe executora é composta por alunos de graduação e mestrado do Campus Araranguá/UFSC e professores da Educação Básica Pública.  

     

    Coordenação geral do Projeto:

    Prof. Giovani M. Lunardi - UFSC/Araranguá.

    Pesquisadora: Mestranda Prof.a TATIANA DOS SANTOS FAUSTINO 

    Proposta de Estrutura do Curso:
    Módulo I (45h) – Duração: 03 meses
    Fundamentos teóricos das relações étnico-raciais na contemporaneidade. Pensamento social sobre as relações étnico-raciais. As ideias racistas, eugenia e formas correlatas de racismo e discriminação. Conceitos fundamentais para a compreensão das relações étnico-raciais: identidade, racismo, preconceito , discriminação, etnocentrismo, entre outros. Proposições pedagógicas sobre a educação das relações étnico-raciais. Contextualizar a legislação que sustenta os grandes eixos temáticos do curso, refletindo sobre os avanços e limitações na implementação da Lei 10639/06 e da Lei migratória 13445/2017. Sensibilizar sobre a importância de fazer uso da abordagem multi, inter e/ou transdisciplinar no ensino da História e Cultura Africana; e de se trabalhar com pedagogias afro referência dadas para promover a identidade afirmativa dos educandos.
    Módulo II (45h) - Duração: 03 meses
    Breve história e cultura africana para ensino fundamental: Contextualização geográfica do continente africano. África, berço da humanidade e das civilizações: unidade e diversidade cultural africana; formação de impérios (Núbia, Egito, Axum) e reinos (Mali, Gana, Daomé, Yoruba, Zimbabwe, Kongo, Ndongo, Sofala) africanos da antiguidade até a invasão árabo-muçulmana (a partir de século VII) e europeia (entre séculos XV-XX). Tráficos transaariano e transatlântico e suas consequências nefastas. África contemporânea: lutas de libertação e independências; economia, política, sociedade, estética e religiosidade.
    Módulo III (45h) - Duração: 03 meses
    Resistências negras, política antirracista, identidade e cultura afro-brasileira: Associativismo e resistência negra no contexto da formação histórica brasileira. Movimentos negros e ação coletiva negra na luta contra o racismo estrutural e institucional e na promoção de políticas antirracistas. As culturas negras como espaços de afirmação da negritude e da identidade racial negra. Políticas de ação afirmativa e promoção da diversidade e da igualdade étnico-racial. 
    Módulo IV (45h) - Duração: 03 meses Territórios e Linguagens no processo educacional: (re) pensando a identidade Nacional a partir da migração e da cultura: A afirmação das identidades enquanto ações históricas e carregadas de memória. Essa memória ocorre num determinado espaço carregado de simbologia e de traços que buscam as origens. Para além desta temática, levantam-se reflexões sobre o “território” que é na essência mais físico e mental, relacionandose permanentemente com a identidade. Todos pertencemos a um território carregado de identidades socioculturais e das tradições. Finalmente, levantam-se as interferências das línguas africanas nas tradições construídas no Brasil.
    Módulo V (180 HORAS) – Curso de Pós Graduação – duração 06 meses - Metodologia da pesquisa científica - A Ética na Prática científica - Trabalho de conclusão de curso – Projeto de Intervenção - Seminário Integrador
  • Módulo 1 - História da África

  • Módulo 2 - Arte e Cultura Africana

    Indicações: Lucas de Oliveira

    Prof.a Claudia Mortari -  UDESC

    - http://www.acordacultura.org.br/

    - Kiriku -

    - O Material do projeto "Viajando pela África com Ibn Battuta" é composto por um Video-Documentário, Extras, Subsídios de pesquisa para o professor e Suplemento de Estudo para os alunos direcionados a contribuir para a implementação da LDB 10.639/2003:

  • Módulo 3 - Iconologia Africana (Ricardo, Lucas)

    A iconologia deriva do estudo das cores e símbolos de um determinado termo. Esse módulo tem como proposta demostrar ícones e simbologias derivadas da cultura Africana e Afro-brasileira. Existe uma exclusão da cultura afrodescendente nas grandes mídias e no âmbito escolar, evitando assim o contato natural que deveria ocorrer. São poucos os exemplos no universo midiático ou publicitário que tratam do tema, evidenciando um descaso e restrição desse tipo de conteúdo.



  • Módulo 4 - Filosofia Africana

    Janaina de Oliveira - Rodrigo Caetano Soares - Tai Chin Lu

    - Crítica da Razão Negra: Achille Mbembe

    Achille Mbembe é uma referência acadêmica no estudo do pós-colonialismo, um teórico erudito e pensador das grandes questões da história e da política africana – apesar de, ele próprio, não se definir como “teórico do pós-colonialismo”. Nascido nos Camarões em 1957, Mbembe é professor de História e Ciência Política na Universidade Duke (Virgínia, Estados Unidos) e na Universidade Witswatervand(Joanesburgo, África do Sul), além de investigador no Wits Institute for Social and Economic Research(WISER) desta mesma Universidade.


    Em “Crítica da razão negra“ (Antígona, 2014), o seu livro mais recente, o autor elabora sobre o conceito de “Negro”, sobre a evolução do pensamento racial europeu que o origina e sobre as máscaras usadas para o cobrir com um manto de invisibilidade. O texto é profundamente teórico, permeado por uma filosofia política latente: além de ser um académico de referência, Mbembe é também um académico comprometido com o tema.

    Mbembe começa por fazer uma transposição entre o conceito de “Negro” como imagem de uma existência subalterna apensa a uma humanidade castrada, para uma condição universal à qual todos estaremos sujeitos no actual panorama de crise instituída. Assim, todos e todas viríamos a ser “Negros”, arrastados pela torrente do neoliberalismo e por novos modelos de exploração e submissão. A universalização da condição do “Negro” seria «simultânea com a instauração de práticas imperiais inéditas que devem tanto às lógicas esclavagistas de captura e de predação como às lógicas coloniais de ocupação e exploração.»

    Num discurso inconformado e por vezes provocatório, Mbembe esboça o percurso de criação do conceito de “Negro”, idealizado pelo Ocidente como uma fábula plena de exotismo, refinada com elementos carnais de pulsão sexual e sensualidade. Um imaginário em que o corpo, a fruição, o gozo desempenham papéis preponderantes, recheado de referências ao “natural” em bruto, a sentimentos primários e a instintos animais. Um imaginário que tanto fascinava como originava repúdio e repulsa.

    Ao longo do livro providencia-se um enquadramento histórico do conceito do “Negro” e das suas vertentes: o corpo, a sua identidade, o seu trabalho, o seu ser mais íntimo (desde a perda de identidade na plantação agrícola americana à ausência de direitos na colónia africana). Mbembe descreve ainda como, desde a plantação à colónia, o conceito de escravo se acaba por fundir com o de “Negro”, até estes se tornarem sobreponíveis. Dentro e fora do capitalismo, o “Negro” passa de homem-metal (exploração mineira em África) a homem-mercadoria (tráfico negreiro de escravos) e, daí, a homem-moeda (como produto de troca no capitalismo).



  • Módulo 6 - Nova África

    A série Nova África faz uma viagem por 30 países africanos para revisitar o passado e conectar o Brasil ao terceiro maior continente do mundo, permitindo que o telespectador construa a ideia de uma Nova África, longe de estereótipos, e se sinta mais próximo dessa região que faz parte das nossas origens. É uma mistura de linguagem documental com o tratamento jornalístico dos conteúdos.

    Os programas privilegiam as imagens e o encadeamento cinematográfico de cada depoimento. Ao mesmo tempo, as informações transmitidas ao telespectador são tratadas jornalisticamente, com a preocupação de expor e explicar de forma didática cada elemento, contextos históricos e dados atualizados sobre os países e os assuntos tratados. Relatos de entrevistados ilustram um panorama do continente.

    Colaboradores: Saimon e Francisco

  • Africa sob Dominação Colonial

    Acadêmicos - Everton Henkemaier, Lucas Clemes

    O mapa da África após a partilha e a ocupação

    O novo mapa geopolítico da África, depois de três décadas de fracionamento
    sistemático e de ocupação militar, é muito diferente do que era em 1879.

    As potências europeias dividiram o continente em cerca de quarenta unidades
    políticas. Certos especialistas consideram inaceitáveis as novas fronteiras,
    que julgam arbitrárias, apressadas, artificiais e aleatórias, pois distorcem a ordem
    política nacional pré -europeia. Outros, como Joseph Anene e Saadia Touval,
    acham -nas mais razoáveis que as de 187963. Há uma parte de verdade nos dois
    pontos de vista. Cerca de 30% da extensão total das fronteiras são formadas
    por linhas retas, e tanto estas como outras cortam arbitrariamente as fronteiras
    étnicas e linguísticas. Por outro lado, os limites que foram mantidos seguiam
    traçados nacionais e, portanto, não podem ser considerados tão arbitrários ou tão
    inapropriados como certos críticos querem fazer crer. Além disso, as unidades
    políticas africanas criadas como resultado, por exemplo, do conflito entre Oyo e
    Daomé, das djihads (guerras santas) dos Peul, dos Mfecane na África meridional
    ou das lutas internas pelo poder na Etiópia e em Uganda, durante a segunda
    metade do século XIX, mostram bem o caráter móvel das fronteiras, limites e
    encraves africanos anteriores à partilha. O que muitas vezes não se compreende é
    como a partilha fixou essas fronteiras móveis, ou que esforços fizeram as comissões
    de delimitação para retificar, quando politicamente possível, certas anomalias
    durante os numerosos trabalhos de fixação das fronteiras. Tudo sopesado,
    embora o mapa da África em 1914, comparado ao que era em 1879,
    pudesse parecer muito impreciso, a delimitação não deixou de ser um trabalho
    de notável eficiência, devido aos novos avanços da cartografia. E, ainda que a
    partilha tenha de ser condenada do ponto de vista moral e jurídico – e há que se
    reconhecer que certas fronteiras são efetivamente artificiais e arbitrárias.

  • Florianópolis /Brasil. Uma imagem em 2 cores.

    UAU- Percepções de um angolano e um belga em Florianópolis (ou poderíamos dizer no Brasil?)

     

    Ás vezes bate uma saudade, de um lugar que de fato nunca estive. Uma dor, um lamento tão forte que não sei o que é, ou melhor sei, mas que na correria dos dias, acabo não expressando com palavras tanto sentimento, mas que após assistir esse vídeo insistiram em vir em forma de desabafo.

    Há dias atrás, foi comemorado aqui no Rio Grande do Sul, o famoso e doloroso(para os negrxs) 20 de setembro. Data em que o hino rio-grandense afirma quão não só este estado, não somente a região Sul, mas como o Brasil como um todo continua sendo racista e opressor ao afirmar que “povo que não tem virtude acaba por ser escravo”. Dói ter um hino assim? Dói, mas dói mais ainda em ver que pessoas que são ou eram do meu convívio, que se dizem muito inteligentes e bem informadas, veneram o mesmo e ainda o repetem como se fosse algo para se vangloriar.

    Pois aqui vai um esclarecimento: meus ancestrais, escravos óbviamente, não só tinham virtudes, como tinham cultura, tinham sua fé, tinham suas famílias. O que me diria você, se alguém simplesmente chegasse na sua pacata e privilegiada vidinha (porque sim és/somos privilegiadxs) e lhe tirasse tudo isso? Meu povo resistiu, meu povo lutou. Pesquise sobre a Batalha de Porongos, mas leia mesmo!

    Procure pela traição e claro, sobre escravidão, pesquise de verdade e não só nos livros de história, pois estes nunca me falaram a verdade sobre o meu povo que luta até hoje.

    Meus avós lutaram, meu pais lutaram e eu luto, cada vez que entro em espaços privilegiados; cada vez que tenho que ouvir que preto e branco são iguais e que cotas, por tanto, não deveriam existir. NÃO, NÃO SOMOS IGUAIS, nunca desfrutamos das mesmas oportunidades. As cotas, são uma reparação histórica, são a justiça sendo feita parcialmente, não são para me minimizar e se pensas isso é porque o que lhe foi ensinado, foi a História a partir da visão eurocêntrica dos portugueses. É porque, apesar de privilegiadx com sua vida bem estruturada, não tivesses o interesse ou vontade de desconstruir as histórias básicas e incorretas de vida que lhe passaram. Assim, lhe informo o erro: povo que não tem virtude acaba por escravizar (e se vangloriar por tal atrocidade)!

    Essa semana ainda, a foto de uma negra, linda, empoderada e de turbante em uma turma de mais ou menos cinqüenta formandos de direito da Universidade Federal de Pelotas encheu minha timeline de alegria. Primeiro vi no Facebook dela e vibrei, depois comecei a ver a foto se multiplicando nas mais variadas páginas e me alegrei mais ainda, me enchi de orgulho e de esperança! Agradeci a todos aqueles que já passaram e lutaram para que hoje eu e ela tenhamos essa oportunidade e esse direito básico a educação; agradeci por ela, pela força, pela determinação e pela representatividade que me fez sonhar com o dia da minha formatura. Quando li o título do TCC então… apesar de não ser ligada as leis, quis ler na hora, pois fala da nossa cultura, da nossa religião e desse país “laico” que é o Brasil. Fiquei orgulhosa, senti como se fosse parte da história dela, torcia para que entregasse o TCC a tempo e agora continuo torcendo para a aprovação do mesmo. Tudo isso, mesmo nunca tendo se quer conversado com ela. Ela virou uma heroína pra mim, um exemplo a ser seguido, quase que da minha família, e não é?!

    Preto não é tudo igual, mas todos os pretos são união, são guerreiros, são irmãos. Compartilhamos de uma mesma raiz e isso nunca vai ser entendido pelos outros. E acho que por isso me doeu tanto ver a dor do Abel Pedro no vídeo.




     http://www.geledes.org.br/uau-percepcoes-de-um-angolano-e-um-belga-em-florianopolis-ou-poderiamos-dizer-no-brasil/#ixzz3pa5i7pgH 

    Janaina de Oliveira - Rodrigo Caetano Soares - Tai Chin Lu

  • Lista de livros e materiais didáticos.

    Leis 10.639/03 e 11.645/08 - Material de apoio ao educador

    Negras e Negros Inventores, Cientistas e Pioneiros: Contribuições para o desenvolvimento da Humanidade, de Carlos Machado


    “Escrevi este livro em 2005 [...]. Apresentei o tema para diversas editoras importantes que me negaram publicação e que disseram que não haveria interesse pelo tema fora do movimento negro.
    Este livro vem apresentar inventores, inventoras, cientistas africanos e de toda a diáspora, para demonstrar que negros e negras de diversos países do presente e do passado contribuíram e têm contribuído com seus intelectos para as mais importantes criações e aperfeiçoamentos da nossa época e têm realizado feitos significativos para a humanidade na área de ciência e tecnologia.
    São inventores e cientistas presentes nos mais prestigiados laboratórios do mundo, compondo o quadro de universidades, institutos, companhias de alta tecnologia e agências governamentais, ainda anônimos para a maioria da população brasileira, que foram e são pessoas desbravadoras, ousadas e pioneiras.
    Minha intenção é de apresentar esta parcela de inventores e cientistas que pensaram e criaram de um simples esfregão até uma sonda ultravioleta para a indústria aeroespacial. Na esperança de promover uma memória positiva e destacando as conquistas dos povos negros no mundo científico para todos, desfazendo preconceitos e discriminações seculares, estimular e aumentar o número de jovens pesquisadores qualificados, mulheres e homens negros fazendo carreira nas ciências no Brasil. Não há crescimento econômico sustentável sem saber mais, saber fazer melhor, criar e inovar mais, sem mais cultura científica e sem democracia e diversidade racial nas instituições.
    A diversidade é um dos fatores responsáveis pelo extraordinário progresso material e cultural da humanidade e não deve ser desperdiçada como têm ocorrido com a prática institucional das desigualdades. Temos mentes curiosas, com vontade de inovar e criar o novo. Temos muito que contribuir para o progresso da humanidade na busca de maior desenvolvimento científico que gere maior bem-estar para todos e todas.
    Meu propósito é que com estes exemplos sejamos desafiados a sonhar, e que este desejo nos eleve aos níveis de competência e de produtividade dos países mais desenvolvidos. Que nós os cidadãos nos organizemos e pressionemos o Estado para que ofereça programas necessários para produzir uma força de trabalho tecnologicamente avançada, etnicamente tolerante e diversa.
    O progresso científico nos garante uma cultura de pensamento crítico e livre, de inovação, de avaliação e de qualidade. Deverá crescer a produtividade científica internacionalmente reconhecida, como é imperativo que se multipliquem as patentes registradas, a capacidade de transferência de saber para o tecido econômico e a relevância das contribuições para o sucesso das outras políticas públicas. Incluir, permanecer, estudar mais, saber mais, saber fazer melhor.
    Como diz o neurocirurgião afroestadunidense Benjamim Carson ‘Pense grande’.” (Carlos Eduardo Dias Machado)

    ---------------------------------------------------------------

     Mulheres Negras na primeira pessoa

    " é uma publicação da Articulação de Mulheres Negras Brasileiras (AMNB), com histórias reais de representantes de nove estados brasileiros (Rio Grande do Sul, Paraíba, São Paulo, Pará, Rio de Janeiro, Amapá, Ceará, Paraná e Goiás). As narrativas são de mulheres negras quilombolas, nordestinas, sulistas, entre outras, urbanas ou não, cujas trajetórias sensibilizaram as organizações membros da AMNB, que as indicou para simbolizarem a luta das mulheres negras no Brasil.”

    A obra organizada por Jurema Werneck, Nilza Iraci e Simone Cruz e está disponível no seguinte link:http://www.amnb.org.br/admin/biblioteca/Mulheres%20Negras%20na%20primeira%20Pessoa%20site.pdf

    ---------------------------------------------------------------

    "Saúde da População Negra: Passo a passo: defesa, monitoramento e avaliação de políticas públicas" sob organização do Criola.

    Link para download: http://www.criola.org.br/pdfs/publicacoes/Livreto2_Saude.pdf

    ---------------------------------------------------------------

    A MATRIZ AFRICANA DO MUNDO

    Via África em Nós:
    “Neste volume ilustrado, Elisa Larkin Nascimento faz um resumo da pesquisa pioneira de Cheikh Anta Diop e seus seguidores, que comprovam a influência da matriz negro-africana em todo o mundo, desde a Antiguidade até os tempos modernos. O escritor ganense Michael Hamenoo, bem como os angolanos Francisco Romão de Oliveira e Ismael Diogo da Silva, contribuem com análises do legadocolonial e da África contemporânea. Elisa Larkin Nascimento e Carlos Moore Wedderburn apresentam uma visão geral das lutas pan-africanas na África e na diáspora americana. Anani Dzidzienyo aborda a questão das relações internacionais entre África e diáspora, focalizando o Brasil.” 

    ACESSEM: http://books.google.com.br/books?id=3pTBBAAAQBAJ&pg=PT72&dq=a+matriz+africana+no+mundo++dna&hl=pt-BR&sa=X&ei=80ZQVJS3B6HbsAT0l4LQDQ&ved=0CB4Q6AEwAA#v=onepage&q=a%20matriz%20africana%20no%20mundo%20%20dna&f=false

    ---------------------------------------------------------------

     Num tronco de Iroko vi a Iúna cantar



    "...Com uma modéstia nova para si, Ariokô respondia a pergunta. Se o velho Joaquim passava a meia-lua, ele se abaixava rasteirinho. Se o velho Joaquim soltava um martelo, ele partia para a esquiva baixa, e assim o jogo aconteceu. O velho ensinando e o menino aprendendo, despindo-se de todas as vaidades. Ariokô não se sentiu desafiado, mas incluído, aceito. Sua falta de conhecimento não o diminuía perante os outros. Esse sentimento ele não nunca tinha provado. E, agora que sentia o sabor, aprendia a gostar. O berimbau chamou para o pé da roda. Joaquim abraçou Ariokô que, com lágrimas nos olhos, pediu agô. A licença foi concedida..."

    ---------------------------------------------------------------

     Diversidade e Sistema de Ensino Brasileiro

    O volume  reúne artigos que discutem a diversidade na escola sob diferentes perspectivas e suas implicações no cotidiano escolar, como festas populares, religião, jongo, capoeira, música e dança afro-brasileira.
    Por achar pertinentes e de boa aplicação no espaço educacional, as organizadoras incluíram na coleção o texto integral da Declaração Universal dos Direitos Humanos (vol. 1) e da Diversidade Cultural (vol. 2) publicados pela Unesco. A imagem de capa são as bonecas Abayomi, criadas pela artesã Lena Martins e feitas a partir de sobras de pano reaproveitadas, amarradas com nós, sem cola ou costura, usando apenas tesoura." (Editora outrasletras)

    ---------------------------------------------------------------

    Histórias de Tio Alípio e Kauê – O Beabá do Berimbau 

    "Escrita em prosa, poesia e quadrinhos, a obra revela o universo da capoeira ao mostrar um berimbau como mediador de uma partilha de conhecimentos entre os personagens Tio Alípio e Kauê sobre esse instrumento musical e outros assuntos, como Orixás e Cultura Negra em geral."

    ---------------------------------------------------------------

    Janaina de Oliveira - Rodrigo Caetano Soares - Tai Chin Lu
    Fonte: https://www.facebook.com/Leis-1063903-e-1164508-Material-de-apoio-ao-educador-844918898857289/
  • Material para Download

    Encontra-se disponível para download o livro no site do Museu Afro Brasil o livro “África em Artes”, realizado pelos pesquisadores Renato Araújo da Silva e Juliana da Silva Bevilacqua. O livro é uma publicação do Núcleo de Pesquisa do Museu Afro Brasil.

    Reprodução

    Para o livro, os autores selecionaram 15 obras de arte africana tradicional que pertencem ao acervo do Museu Afro Brasil, buscando oferecer ao leitor não apenas um primeiro contato com obras de diferentes povos da África, mas também uma introdução aos diversos tipos de produções do continente, que englobam máscaras, estatuárias, e ainda os chamados “objetos de realeza”, aqueles relacionados ao poder dos chefes ou reis.

    Janaina de Oliveira - Rodrigo Caetano Soares - Tai Chin Lu

    Fonte: http://oincrivelze.com.br/2015/10/site-de-museu-disponibiliza-o-livro-africa-em-artes-para-download/

  • Módulo 7 - Cultura afro-brasileira se manifesta na música, religião e culinária

    Indicação: Bruno Parrot e Túlio Parrot.

    Cultura afro-brasileira se manifesta na música, religião e culinária

    O Brasil tem a maior população de origem africana fora da África e, por isso, a cultura desse continente exerce grande influência, principalmente, na região Nordeste do Brasil. Hoje, a cultura afro-brasileira é resultado também das influências dos portugueses e indígenas, que se manifestam na música, religião e culinária. Devido à quantidade de escravos recebidos e também pela migração interna destes, os estados de Maranhão, Pernambuco, Alagoas, Bahia, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul foram os mais influenciados. No início do século XIX, as manifestações, rituais e costumes africanos eram proibidos, pois não faziam parte do universo cultural europeu e não representavam sua prosperidade. Eram vistas como retrato de uma cultura atrasada. 

    Mas, a partir do século XX, começaram a ser aceitos e celebrados como expressões artísticas genuinamente nacionais e hoje fazem parte do calendário nacional com muitas influências no dia a dia de todos os brasileiros. Em 2003, a lei nº 10.639 passou a exigir que as escolas brasileiras de ensino fundamental e médio incluíssem no currículo o ensino da história e cultura afro-brasileira. Para ajudar na criação das aulas e na abordagem pelos professores, o Sinpro-SP preparou um site com várias dicas e material para estudo.

    http://www.sinpro.org.br/afro.asp

    Conhecimento, matriz afro brasileira - TV NBR

    INTERPROGRAMAS - 19.07.13: Interprograma da TV NBR aborda a produção do conhecimento brasileiro com matriz na cultura afro.

    Música

    A principal influência da música africana no Brasil é, sem dúvidas, o samba. O estilo hoje é o cartão-postal musical do País e está envolvido na maioria das ações culturais da atualidade. Gerou também diversos sub-gêneros e dita o ritmo da maior festa popular brasileira, o Carnaval.

    Mas os tambores de África trouxeram também outros cantos e danças. Além do samba, a influência negra na cultura musical brasileira vai do Maracatu à Congada, Cavalhada e Moçambique. Sons e ritmos que percorrem e conquistam o Brasil de ponta a ponta.


    Clipe do Grupo Chico Science e nação zumbi, um dos principais representantes do Maracatu e da música regional brasileira.

     

    Capoeira

    Inicialmente desenvolvida para ser uma defesa, a capoeira era ensinada aos negros cativos por escravos que eram capturados e voltavam aos engenhos.

    Os movimentos de luta foram adaptados às cantorias africanas e ficaram mais parecidos com uma dança, permitindo assim que treinassem nos engenhos sem levantar suspeitas dos capatazes.

    Durante décadas, a capoeira foi proibida no Brasil. A liberação da prática aconteceu apenas na década de 1930, quando uma variação (mais para o esporte do que manifestação cultural) foi apresentada ao então presidente Getúlio Vargas, em 1953, pelo Mestre Bimba. O presidente adorou e a chamou de “único esporte verdadeiramente nacional”.

    A Capoeira é hoje Patrimônio Cultural Brasileiro e recebeu, em novembro de 2014, o título de Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade.

     

    Religião

    A África é o continente com mais religiões diferentes de todo o mundo. Ainda hoje são descobertos novos cultos e rituais sendo praticados pelas tribos mais afastadas.

    Na época da escravidão, os negros trazidos da África eram batizados e obrigados a seguir o Catolicismo. Porém, a conversão não tinha efeito prático e as religiões de origem africana continuaram a ser praticadas secretamente em espaços afastados nas florestas e quilombos.

    Na África, o culto tinha um caráter familiar e era exclusivo de uma linhagem, clã ou grupo de sacerdotes. Com a vinda ao Brasil e a separação das famílias, nações e etnias, essa estrutura se fragmentou. Mas os negros criaram uma unidade e partilharam cultos e conhecimentos diferentes em relação aos segredos rituais de sua religião e cultura.

    As religiões afro-brasileiras constituem um fenômeno relativamente recente na história religiosa do Brasil. O Candomblé, a mais tradicional e africana dessas religiões, se originou no Nordeste. Nasceu na Bahia e tem sido sinônimo de tradições religiosas afro-brasileiras em geral. Com raízes africanas, a Umbanda também se popularizou entre os brasileiros. Agrupando práticas de vários credos, entre eles o catolicismo, a Umbanda originou-se no Rio de Janeiro, no início do século 20.

     

    Culinária

    Outra grande contribuição da cultura africana se mostra à mesa. Pratos como o vatapá, acarajé, caruru, mungunzá, sarapatel, baba de moça, cocada, bala de coco e muitos outros exemplos são iguarias da cozinha brasileira e admirados em todo o mundo.

    Mas nenhuma receita se iguala em popularidade à feijoada. Originada das senzalas, era feita das sobras de carnes que os senhores de engenhos não comiam. Enquanto as partes mais nobres iam para a mesa dos seus donos, aos escravos restavam as orelhas, pés e outras partes dos porcos, que misturadas com feijão preto e cozidas em um grande caldeirão, deram origem a um dos pratos mais saborosos e degustados da culinária nacional.

     

  • Seis coisas que você provavelmente não aprendeu na escola sobre a África

    Seis coisas que você provavelmente não aprendeu na escola sobre a África

    A pedido da BBC Brasil, especialista lista fatos pouco conhecidos da história africana por ocasião do Dia da Consciência Negra.

    Da BBC Brasil

    Kilombo, assim, com "k", era um acampamento de guerra dos jagas, um povo africano que vivia onde hoje fica Angola. O catolicismo foi introduzido na Etiópia quase ao mesmo tempo que na Europa.

    Coisas assim, que você nunca aprendeu sobre a África, ou aprendeu errado – o que dá quase no mesmo –, estão na lista abaixo, elaborada a pedido da BBC Brasil pela historiadora Marina de Mello e Souza, coordenadora do NAP (Núcleo de Apoio à Pesquisa Brasil-África) da USP.

    Ela é professora do Departamento de História da universidade e autora, entre outros livros, de Reis Negros no Brasil Escravista e África e Brasil Africano, vencedor do prêmio Jabuti de melhor livro paradidático em 2007 e detentor do selo “altamente recomendável” da Fundação Nacional do Livro Infanto-Juvenil.

    Confira a lista, elaborada às vésperas do Dia da Consciência Negra:

    __________________________________________________________________

    Europeus não controlavam o comércio

    No continente o comércio existe desde a Antiguidade, tanto entre os povos africanos como com os povos de outros continentes. Até o final do século 19, eram os africanos que controlavam as trocas comerciais com os europeus.

    Há católicos na África há de mais de 1.500 anos

    A Etiópia é uma sociedade católica desde o século 4. Seu rei se converteu ao catolicismo nesse século, apenas poucas décadas depois que o imperador romano Constantino adotou essa religião e determinou o fim da perseguição aos cristãos.

    Brasil fala português, mas com toque banto

    Parte considerável do nosso vocabulário é de origem banto, um tronco linguístico africano, o que nos distancia bastante do português de Portugal. São dessa origem palavras como camburão, camundongo, tonto, zonzo, farofa e macaco.

    Gana já existiu em outro lugar

    O atual Benim se localiza onde antes existiu o Daomé e o antigo reino do Benim localizava-se na atual Nigéria. Gana é onde antes existiu o estado Axante, e na atual Mauritânia existiu, do século 9 ao 13, uma sociedade poderosa chamada Gana. Muitos nomes de países africanos atuais são homenagens a antigos reinos que existiram em outras regiões.

    Africanos queriam vender escravos com 'exclusividade'

    Alguns reinos africanos também tinham interesse em manter o tráfico de escravos com o Brasil. Entre 1750 e 1818, reis do Daomé enviaram cinco missões diplomáticas para solicitar ao Brasil exclusividade na venda de escravos africanos.

    Quilombo (ou melhor, kilombo) era acampamento de guerra

    Kilombo era o acampamento de guerra dos jagas, povo que viveu na região da atual Angola. Muitos vieram para o Brasil como escravos, fugiram de seus senhores e se abrigaram no Quilombo dos Palmares.

    __________________________________________________________________

    Na avaliação de Marina de Mello e Souza, que leciona História da África desde 2001 na USP, havia no Brasil, até pouco tempo, extremo desconhecimento acerca do tema, com exceção de nichos muito específicos.

    “Isso fez com que todos nós fôssemos bastante ignorantes a respeito daquele continente e das populações que lá vivem e viveram”, afirma. Por outro lado, a professora diz que tem notado extremo interesse dos alunos sobre o assunto e que a dificuldade inicial costuma ser seguida por espanto e fascinação.

    Ao avaliar o material didático, a historiadora considera que antes era difícil obter textos sobre o tema em português e lista como referências, no nível universitário, obras de Alberto da Costa e Silva, como A Manilha e o Libambo (2002) e A África e os Africanos na Formação do Mundo Atlântico, 1400-1800, de John Thornton, publicado no Brasil em 2004.

    Sobre o ensino fundamental e médio, entende que houve a partir de 2003 – quando história da África virou disciplina obrigatória nas escolas –, intenso movimento das editoras no sentido de publicar materiais de apoio.

    “Muita coisa de qualidade duvidosa foi posta à disposição, mas esse quadro tem mudado. Hoje há muito material de boa qualidade disponível, principalmente entre os paradidáticos e literatura infanto-juvenil. Os livros didáticos ainda carecem de tratar com mais cuidado assuntos relacionados ao continente africano, inseridos como um adendo, para responder à demanda gerada pela obrigatoriedade estabelecida por lei”, afirma.

    http://g1.globo.com/educacao/noticia/2015/11/seis-coisas-que-voce-provavelmente-nao-aprendeu-na-escola-sobre-a-africa.html

  • Módulo 13 - Descendentes precisam saber que história da África é tão bonita quanto a da Grécia

    http://www.ihu.unisinos.br/noticias/549370-descendentes-precisam-saber-que-historia-da-africa-e-tao-bonita-quanto-a-da-grecia

    Quando começou a se interessar pela história da África, o poeta, diplomata e historiador Alberto da Costa e Silvaouviu: "Por que você, um diplomata, um homem tão letrado, não vai estudar a Grécia?"

    A entrevista é de Fernanda da Escóssia, publicada por BBC Brasil, 20-11-2015.

    Justamente porque todo mundo estudava a Grécia, explica, ele resolveu estudar a África. Hoje, é o principal africanólogo brasileiro, autor de clássicos como A Enxada e a Lança: a África antes dos Portugueses e A Manilha e o Libambo: a África e a Escravidão, de 1500 a 1700. E, aos 84 anos, prepara um novo livro para completar sua trilogia sobre história africana.

    Formado em 1957 pelo Instituto Rio Branco, Costa e Silva serviu em vários países e foi embaixador na Nigéria. É membro da Academia Brasileira de Letras, autor e organizador de mais de 30 livros. Por sua obra, recebeu em 2014 o Prêmio Camões, o mais prestigiado da língua portuguesa.

    Filho do poeta piauiense Antônio Francisco da Costa e Silva, nasceu em São Paulo e viveu no Ceará até aos 12 anos, quando mudou-se para o Rio de Janeiro. Cresceu entre livros e costuma dizer que, como no verso do poeta francês Charles Baudelaire (1821-1867), seu berço "ao pé da biblioteca se estendia".

    Foi entre livros, quadros e esculturas, no apartamento em que guarda lembranças de vários lugares do Brasil e do mundo, que ele recebeu a BBC Brasil às vésperas do Dia da Consciência Negra para falar da história do continente pelo qual se apaixonou.

    Eis a entrevista.

    Como o Brasil aprendeu a história da África?

    A história da África durante muito tempo foi uma espécie de capítulo de antropologia e etnografia do continente africano. Eram livros que árabes e europeus escreveram sobre suas viagens. Data do fim da Segunda Guerra Mundiala consolidação a história da África como disciplina à parte, semelhante à história da Idade Média europeia, ou à história da China.

    Entre 1945 e 1960 seu estudo começa a ganhar grandes voos, tanto na África quanto na Europa, sobretudo Inglaterra e França. Curiosamente o Brasil esteve ausente disso. Os historiadores brasileiros sempre viam a história das relações Brasil-África com a África figurando como fornecedora de mão de obra escrava para o Brasil, como se o africano que era trazido à força nascesse num navio negreiro.

    Era como se o negro surgisse no Brasil, como se fosse carente de história. Nenhum povo é carente de história. E a história da África é uma história extremamente rica e que teve grande importância na história do Brasil, da mesma maneira que a história europeia.

    De maneira geral, quando se estuda a história do Brasil, o negro aparece como mão de obra cativa, com certas exceções de grandes figuras, mulatos ou negros que pontuam a nossa história. O negro não aparece como o que ele realmente foi, um criador, um povoador do Brasil, um introdutor de técnicas importantes de produção agrícola e de mineração do ouro.

    O senhor poderia citar alguns exemplos?

    Os primeiros fornos de mineração de ferro em Minas Gerais eram africanos. Fizemos uma história de escravidão que foi violentíssima, atroz, das mais violentas das Américas, uma grande ignomínia e motivo de remorso. Começamos agora a ter a noção do que devemos ao escravo como criador e civilizador do Brasil.

    Quando o ouro é descoberto em Minas Gerais, o governador de Minas escreve uma carta pedindo que mandassem negros da Costa da Mina, na África, porque "esses negros têm muita sorte, descobrem ouro com facilidade". Os negros da Costa da Mina não tinham propriamente sorte: eles sabiam, tinham a tradição milenar de exploração de ouro, tanto do ouro de bateia dos rios quanto da escavação de minas e corredores subterrâneos. Boa parte da ourivesaria brasileira tem raízes africanas.

    Temos de estudar o continente africano não como um capítulo à parte, um gueto. A história da África está incorporada à história do mundo, porque ela foi parte e é parte da história do mundo. Que a história do negro no Brasil não seja isolada, como se o negro tivesse sido um marginal. O negro foi essencial na formação do Brasil.

    Qual a importância de um personagem como Zumbi?

    Havia um suplemento juvenil do jornal A Noite, sobre grandes nomes da história, e eu me lembro perfeitamente de um caderno sobre Zumbi. Zumbi está aliado de tal maneira à ideia de liberdade que é difícil escrever sobre ele sem ser apaixonado.

    Zumbi não é um nome, é um título da etnia ambundo, significa rei, chefe. Palmares era como um Estado africano recriado no Brasil. Na África era muito comum isso. Em torno de um núcleo de poder forte se aglomeravam vários povos e formavam um novo povo. Isso é uma hipótese.

    O senhor vê um aumento do interesse dos brasileiros pela questão negra?

    Tenho a impressão de que todos temos dentro de cada um de nós um africano. Podemos não ter consciência disso, mas é permanente. Há naturalmente hoje em dia uma percepção mais nítida do que é a África, a escola começa a dar uma visão mais clara.

    Mas ainda apresenta visões distorcidas. Uma vez uma professora veio me dizer que era absurdo que apresentássemosCleópatra como uma moça branca, quando ela era negra. É um equívoco isso. Cleópatra não era negra nem mulata. Era grega. Os Ptolomeus, uma dinastia grega, governavam o Egito e não se misturavam.

    Na África também havia escravos, não?

    Escravidão houve em todas as culturas no mundo. Todos nós somos descendentes de escravos. Houve escravidão em toda a Europa, na Indonésia, entre os índios americanos, na Inglaterra. Na África havia todos os tipos de escravidão, e até hoje em certas regiões africanas os descendentes de escravos são discriminados. Quase toda a África teve escravidão.

    A escravidão transatlântica, da África para as Américas, a nossa, tem uma diferença básica: pela primeira vez era uma escravidão racial. Era um especial aspecto da perversidade dela. No início não, mas a partir de certo momento, passa a ser exclusivamente negra. Foi o maior deslocamento forçado de gente de uma área para outra que a história já conheceu, e o mais feroz.

    O Brasil foi o último país das Américas e do Ocidente a abolir a escravidão. O último do mundo foi a Mauritânia (na África), em 1981.

    Como analisa o racismo hoje no Brasil?

    Existe racismo, e muitíssimo. No nosso racismo, não temos um partido racista, mas temos repetidas manifestações de racismo no seio da sociedade. É dificílimo, para um negro, ascender socialmente. A discriminação se exerce de forma muitas vezes dissimulada, mas que os marca muito. Mas está mudando. Sinto mudanças.

    É importante que os descendentes de africanos saibam que eles têm uma história tão bonita quanto a história da Grécia. Que eles não eram bárbaros, que não são descendentes de escravos. São descendentes de africanos que foram escravizados.

    Para mim o importante não é que haja cota na universidade. Acho que tem de haver cota em tudo. Se você vai se candidatar a um cargo de atendente de hotel de primeira classe, se você for negro, você tem dificuldade. O preconceito é discriminatório. Ele não impede você de usar o mesmo banheiro, o mesmo bebedouro, mas dificulta o acesso (do negro) às camadas das classes média e alta.

    http://www.ihuonline.unisinos.br/impressa/pdf/revista.pdf

  • Beleza negra

        Os parâmetros de beleza exercem influência considerável na população, pois os padrões estéticos são vistos como importante fator para aceitação social. Entre as mulheres, a questão racial associada à beleza é mais evidente, o padrão feminino de beleza é pele branca e cabelos alisados e acontece que por conta do cabelo crespo, nariz largo e pele escura, a sociedade não espera das mulheres negras qualquer expressão de meiguice ou fragilidade, traços considerados tipicamente femininos.

        No Brasil mais da metade (53,6%) da população brasileira é formada por negros e pardos, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No entanto, a representatividade negra na mídia e nos ideais de beleza ainda é bastante restrita. Além disso, o mercado brasileiro de cosméticos é limitado quanto à oferta de produtos que atendem às características específicas da pele negra e dos cabelos cacheados.
       Afinal, em um mundo rodeado de preconceitos, o que é ser e sentir-se uma mulher negra? É ter que enquadrar-se no padrão de beleza proposto pela mídia? É sentir-se menos bonita por causa da cor da sua pele? É precisar alisar o cabelo para fugir das piadas e dos apelidos maldosos, do tipo "bombril" ou "assolan"? 
    Blog
       Larissa Morales, a dona do blog, possui 23 anos, servidora pública no município de Balneário Arroio do Silva/SC e criadora de conteúdo Membra da Comunidade Google CREATE do Brasil, criou o blog Larissa Morales, com o propósito de quebrar paradigmas, combater o racismo e promover a autoestima, destinado ao público jovem, interessado em técnicas de cuidados com o cabelo crespo, auto estima e discussões a cerca da importância da mulher negra.
    http://www.larissamorales.com/
    Vencedora do Oscar Lupita Nyong'o fala sobre aceitação da Beleza Negra
    https://www.youtube.com/watch?v=ChpriB5ktGg
    Livro
       História da beleza negra no brasil
       No livro "A história da beleza negra no brasil"  a autora decifra as imposições e as interpretações sobre o corpo negro, em uma pesquisa detalhada na análise de jornais, pinturas, imagens e textos de revistas e peças publicitárias, ao considerar a miscigenação do povo brasileiro, sua heterogeneidade estética e as questões a respeito da formação do conceito de beleza negra e seu reconhecimento histórico, a autora mostra que a beleza é o resultado de símbolos culturais, sociais e históricos, que passa por vários padrões, se modifica e se reconstrói com o passar dos anos.

    Link: http://www.cchla.ufpb.br/ppgl/wp-content/uploads/2013/06/images_AmandaBraga.pdf 

    Documentário
       Mulheres Negras: Projetos de Mundo
       O documentário “Mulheres Negras: Projetos de Mundo”  levanta questões sobre o que é ser mulher negra no Brasil, do processo de ser descobrir mulher negra numa sociedade racista, em que você esta na base da pirâmide. Uma sociedade que a todo momento te faz embranquecer para tentar se encaixar num padrão, esse padrão que te diz a todo momento que você não tem beleza, que seu cabelo é ruim, que você tem que só ficar em cargos menores.
    Link trailler: https://www.youtube.com/watch?v=iU85-xN42SY
  • Palestra 29/06/2017 - “Relações étnico-raciais e o ensino de ciências”

  • Alapalá: 1º Encontro com Mestres da Cultura Popular de Matriz Africana

    De 6 a 10 de setembro, Florianópolis irá sediar o evento Alapalá: 1º Encontro com Mestres da Cultura Popular de Matriz Africana. Será um feriadão de imersão com vivências, roda de conversas, intervenções em comunidades e realização de mostra cultural com a participação do projeto de extensão Coletivo Afro Floripa (MEN/CED) e seis mestres presentes. O evento tem o apoio da Secretaria de Cultura e Arte da UFSC e foi contemplado através do edital Procultura 2017.

    Mestre Walter França e a Baiana Rica Maurício Soares, da Nação de Maracatu Estrela Brilhante do Recife, vão realizar, respectivamente, a vivência em percussão e dança do maracatu nação de baque virado, originário de Pernambuco. Além disso, pela primeira vez em Florianópolis, a rainha de maracatu Marivalda Santos participa de roda de conversas, intervenção cultural em comunidade e mostra cultural de encerramento.

    Mestre Moa do Katendê (Bahia), fundador dos Afoxés Badauê e Amigos de Katendê e capoeirista do Grupo Angoleiro Sim Sinhô, irá realizar a vivência de percussão e dança de afoxé e capoeira angola.

    Ednaldo da Costa (Chocolate) (SP) Treinel do grupo de Capoeira Angola Angoleiro Sim Sinhô, irá realizar vivência de Capoeira Angola.

    Sekouba Oulare e Djanko Camara, músico percussionista e bailarino de importantes balés da Guiné realizarão vivência de percussão e dança tradicional da cultura mandèn.

    A abertura do encontro conta com a participação do músico da cultura popular maranhense Tião Carvalho, trazendo um repertório de forró e samba.

    Confira programação completa, contendo horário, locais de realização e informações de inscrição no site.

    Mais informações pelo e-mail 

  • Tópico 16

  • Tópico 17

  • Tópico 18

  • Tópico 19

  • Tópico 20

  • Tópico 21

  • Tópico 22

  • Tópico 23

  • Tópico 24

  • Tópico 25

  • Tópico 26

  • Tópico 27

  • Tópico 28

  • Tópico 29