Programação
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Prezades participantes,
É com grande alegria que o Instituto de Estudos de Gênero (IEG/UFSC) dá as boas-vindas a todes para este evento especial, que celebra os 20 anos de criação do nosso Instituto! O 2º Colóquio IEG de Pesquisas será um espaço plural e interdisciplinar dedicado à divulgação, ao debate e à articulação de pesquisas em estudos de gênero, feministas e interseccionais.
Com encontros mensais, sempre às 19h, transmitidos pelo canal de YouTube do IEG, o Colóquio busca reunir pesquisadoras/es, ativistas e artistas de diferentes regiões do Brasil e do exterior, fortalecendo redes de colaboração e estimulando o diálogo entre academia, movimentos sociais e sociedade. Nossa proposta é ampliar a visibilidade de pesquisas que abordem marcadores sociais da diferença – como raça, classe, sexualidade e deficiência – em suas múltiplas conexões.
Organizado em seis eixos temáticos – "Gênero e Política", "Educação e Formação", "Trabalho e Economia", "Saúde e Corpo", "Cultura e Representação" e "Marcadores Sociais da Diferença e Interseccionalidades" –, o evento visa fomentar discussões críticas e inclusivas, contribuindo para um debate mais justo e diverso.
Para receber o certificado emitido pela UFSC, é necessário realizar a inscrição a cada encontro, pois a emissão é feita de acordo com a participação mensal.
Fiquem à vontade para entrar em contato conosco pelo e-mail estudosdegenero@gmail.com caso tenham dúvidas ou necessitem de mais informações.
Contamos com a presença e a participação de todes para construir juntes um evento enriquecedor e transformador!
Atenciosamente,
Instituto de Estudos de Gênero (IEG/UFSC)
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No dia 28 de julho de 2025, às 19 horas, será realizado o quarto encontro do 2º Colóquio IEG de Pesquisas, com o tema Mulheres negras: narrativas e relações. O evento, que integra as comemorações dos 20 anos do Instituto de Estudos de Gênero (IEG/UFSC), será transmitido ao vivo pelo canal do YouTube do IEG e reunirá pesquisadoras que investigam as interseções entre raça, gênero, cuidado, subjetividade e afetividade nas experiências de mulheres negras.
A mediação ficará a cargo da professora Leslie Sedrez Chaves, docente do Departamento de Jornalismo da UFSC e pró-reitora de Ações Afirmativas e Equidade da universidade. Jornalista formada pela Unijuí, mestre pela UFRGS e doutora pela Unisinos, com estágio doutoral na Universidad Rey Juan Carlos (Espanha), a professora Leslie desenvolve pesquisas nas áreas de comunicação étnica, movimentos sociais negros e mídias, com forte atuação nos Estudos Culturais. Além disso, coordena projetos de extensão e tem ampla experiência em rádio, televisão e mídia impressa.
A primeira apresentação será realizada por Glaucia Helena de Paula Santiago, doutora em Saúde Coletiva pela Fundação Oswaldo Cruz (IFF/Fiocruz), com a pesquisa Narrativas sobre racismo e sofrimento psíquico – um olhar sobre vídeos compartilhados online. A partir de entrevistas com mulheres negras que assistem a vídeos sobre racismo e saúde mental produzidos por outras mulheres negras no YouTube, a pesquisa propõe uma reflexão sobre os efeitos subjetivos do racismo à brasileira e sobre como a circulação de narrativas digitais pode contribuir para o letramento racial e a politização do sofrimento psíquico, criando espaços de acolhimento e resistência.
Em seguida, Klaissa Verônica dos Santos Anderson, mestre em Educação pela UFRGS, trará a apresentação Interseccionalidades e relações afetivas de gêneros em aplicativos digitais: vai dar match ou erro de conexão?. A pesquisa analisa as experiências de mulheres negras em plataformas de relacionamento, discutindo como questões de estética, colorismo e hipersexualização impactam suas vivências afetivas. A partir de uma abordagem decolonial e do relato das próprias participantes, o estudo evidencia os efeitos do racismo estrutural nas dinâmicas afetivas mediadas por algoritmos e padrões hegemônicos de beleza.
Por último, Camila Trindade Coelho, doutoranda em Enfermagem pela UFSC, apresenta a pesquisa Mulheres negras cuidadoras familiares: reflexões interseccionais para a enfermagem. O trabalho discute as múltiplas dimensões do cuidado exercido por mulheres negras no ambiente doméstico, analisando as sobreposições de gênero, raça e classe que afetam suas trajetórias e subjetividades. A pesquisa, de caráter qualitativo, parte das vivências de mulheres atendidas pelo serviço Melhor em Casa, buscando compreender o impacto do racismo estrutural e da desigualdade de gênero sobre o cotidiano e a saúde física e emocional dessas cuidadoras.
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No dia 29 de setembro, às 19 horas, será realizado o sexto encontro do 2º Colóquio IEG de Pesquisas, com o tema “Infâncias e adolescências entre direitos e violações”. O evento, transmitido ao vivo pelo canal do YouTube do Instituto de Estudos de Gênero , propõe um diálogo sobre experiências infantis e juvenis em contextos de educação e socioeducação, abordando a construção de direitos, as permanências de desigualdades e as formas de resistência nos cotidianos escolares e institucionais.
A mediação será conduzida pela professora Márcia Buss-Simão, docente do Departamento de Metodologia de Ensino (MEN/UFSC) e pesquisadora vinculada ao Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE/UFSC). Doutora em Educação pela UFSC, Márcia também é mestre em Educação e graduada em Educação Física. Suas pesquisas integram a linha Educação e Infância, com foco nas relações sociais, corpo e infância em contextos de educação infantil. É líder do Núcleo de Estudos e Pesquisas da Educação na Pequena Infância (NUPEIN/UFSC) e atua na coordenação do GT 07 – Educação de Crianças de 0 a 6 anos da ANPEd.
A sessão reunirá três trabalhos de pesquisa. A primeira apresentação, de Lígia Antunes de Siqueira, doutoranda pelo Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Ciências Humanas (PPGICH/UFSC), apresenta “As crianças e suas relações no cotidiano de uma instituição de educação infantil”. A pesquisa etnográfica investiga como crianças reproduzem violências de gênero em suas interações, problematizando a postura adultocêntrica na produção de conhecimento e propondo uma abordagem que reconheça as crianças como sujeitos ativos na construção de saberes.
Em seguida, Vanessa Marques de Oliveira, mestranda em História pela Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), discute “Punição e Ressocialização de adolescentes: medidas socioeducativas em Santa Catarina (2000-2007)”. O estudo investiga como o Judiciário brasileiro aplicou medidas socioeducativas na década de 1990, destacando a tensão entre os princípios da Doutrina da Proteção Integral e a permanência de práticas repressivas herdadas do paradigma menorista.
Encerrando a sessão, Hélder Pires Amâncio, doutor e mestre em Antropologia Social pela UFSC, compartilha o estudo “Da Casa à Escola e Vice-Versa: Experiências de Início Escolar de Crianças em Maputo”. A pesquisa, realizada com crianças de seis anos em uma escola pública do bairro Infulene, em Moçambique, analisa as percepções infantis sobre a escola, destacando como esse espaço se torna lugar de encontros, aprendizagens e sociabilidade, para além das exigências curriculares.