Educação escolar e a cultura maker

• O Lego é mais limitado do que o Arduino, mas há muitas possibilidades com o Lego. É possível trabalhar a partir da resolução de problemas, e em geral o(a)s estudantes precisam ir muito além da área de estudos dele(a)s. Além disso, incita o(a) própria professor(a) a ir constantemente atrás de novos aprendizados.

• O(a) estudante precisa falar, ele(a) precisa trocar ideias, então as oficinas serão muito eficientes para essa interação entre o(a)s estudantes.

• O(a)s aluno(a)s que estão participando das oficinas do Sesi estão muito mais autônomo(a)s, expressivo(a)s, além de estarem mostrando melhores resultados nas disciplinas regulares. 

• Com as turmas do 6º ano montamos formas geométricas com Lego.

• Em alguns casos, já trabalhamos com ideias maker antes mesmo das oficinas/laboratórios, por exemplo com as feiras. Fizemos um projeto de matemática com música em outra região, viajamos… Também fizemos uma feira de matemática envolvendo um paquímetro, também passamos para a fase estadual e foi muito proveitoso, trabalhamos muito com o conteúdo de frações. Na avaliação do nosso grupo, o avaliador disse que eu precisava explorar outros conceitos, mais avançados, e foi quando paramos na feira. O trabalho ocupa muito tempo, mas foi uma forma de praticarmos.

• Esse projeto pode impactar na própria economia da cidade de São Bento do Sul. Na indústria, não temos mão de obra qualificada. Daqui uns 10 anos muito possivelmente esse projeto possibilitará uma realidade diferente.

• Utilizamos aríetes e lançadeiras para cumprir provas exigidas nas competições.

• As exatas e as ciências são mais fácil de encaixar com a robótica e a tecnologia, mas há outras possibilidades de fazer essa convergência. O inglês, por exemplo, é algo que pode ser muito explorado com as práticas na robótica.

• Há um trabalho inter/transdisciplinar. O(a)s professore(a)s precisam ir atrás de várias interseccionalidades com outras áreas e outro(a)s profissionais para fazer as práticas acontecerem.

• O(a)s estudantes vão muito atrás, pesquisam muito, ficam muito envolvido(a)s com as práticas, e é notável o seu desenvolvimento.

• O(a)s pouco(a)s estudantes que já estão participando de um projeto piloto com o Sesi mostram uma evolução nas disciplinas, mas também nas relações com outro(a)s estudantes e funcionário(a)s da escola, no protagonismo durante as práticas, na busca pela solução de problemas. A parte mais interessante que eu notei foi a criatividade que se aflorou muito, o aproveitamento do tempo para discussões mais proveitosas e o aprendizado de uso das ferramentas para questões importantes.

• Eu uso um programa dentro do Excel que gera várias discussões com o 9º ano sobre o conteúdo de funções. Também uso o laboratório para o(a)s estudantes terem contato com planilhas do Excel, já fiz avaliações com formulários virtuais. Várias estratégias que surgem a partir da programação e que facilitam o uso no nosso dia a dia, e que envolvem muita matemática.

• Eu construo gráficos com meus/minhas estudantes no Excel, que é bem básico, mas já é bem legal. 

• Alguns jogos trabalham com a ideia de programação com blocos, e existem algumas plataformas disponíveis para isso;

• Qual a relação da matemática com a programação? A linguagem não está mais próxima? Resposta: Algoritmo, a parte lógica, a forma em que o programa é elaborado.

• A programação usa muitos códigos linguísticos, códigos em inglês, e a partir desses termos você cria um significado para o que você está programando.

• Entender a matemática como uma linguagem universal abre muitos caminhos de pensamento. Pode-se pensar como uma linguagem para entender outros assuntos, como os impulsos elétricos… A partir disso, o(a) estudante consegue entender a importância da matemática como essa forma de comunicação com o sistema/máquinas. É possível fazer relação com muitas outras questões, como por exemplo o funcionamento do nosso corpo.

• Existem muitas opções, o universo é muito complexo.

• É preciso mostrar ao(à)s estudantes como percorrer o caminho para chegar a uma resposta considerada correta. O processo é importante!

• Há um grande potencial interdisciplinar, são possíveis muitas conexões entre áreas e profissionais.

• Existem muitas possibilidades de atividades práticas que podem ser desenvolvidas. Trabalhei em um projeto com eletricidade com um laboratório móvel. Primeiro eu passava o tema do conteúdo estudado (eletricidade) e depois passávamos para a parte prática de pesquisa: foram desenvolvidas baterias de alumínio, baterias de batata, de limão… Fizemos muitas experiências diferentes com as turmas.

• Fizemos uma feira de ciências na escola, e muitas experiências interessantes aconteceram, como a de produção de açúcar a partir da beterraba (açúcar do pobre da Idade Média). Também demonstramos a construção de uma função a partir de um experimento com a velocidade média.

• Precisamos divulgar nossas práticas, porque muitas experiências compartilhadas aqui entre o(a)s nosso(a)s próprio(a)s colegas de escola, não eram conhecidas por nós.

Não podemos só trabalhar com cartilhas prontas. Eu trabalhava com o(a)s estudantes em cima da apostila até conhecermos todos os equipamentos, depois eu trabalhava com a problematização, com o desenvolvimento dele(a)s. No experimento que desenvolvemos um coração, eu me surpreendi, porque não imaginei que ele(a)s fariam os batimentos cardíacos. Em uma oficina também desenvolvemos um aplicativo pensando na diminuição da perda de alimentos. Agora um dos estudantes está procurando recuperar o aplicativo para construir um TCC sobre ele. É possível pensar no uso da tecnologia/ciência para a transformação da realidade. Eu também precisei procurar muitos novos conhecimentos para conseguir desenvolver essas atividades. Esse tipo de atividade vai totalmente de encontro ao que se busca com o projeto, com o movimento maker e com a busca de autonomia do(a)s estudantes, que em geral costumam apenas esperar por respostas, mas não buscam construir por si mesmo(a)s as soluções. Temos muita dificuldade em entender as inovações, mas as bases de conhecimento são as mesmas. Entender a mecânica de uma ferramenta facilita o entendimento das outras ferramentas também. Se as crianças entendem as lógicas de algoritmos desde cedo, facilitará o desenvolvimento de muitas atividades no futuro, além de aproximá-las da matemática. Crianças dessa era tecnológica têm mais propensão a entender sobre esses assuntos, mas precisamos suscitar essa iniciativa nelas.

• Um projeto não pode ser estendido por muito tempo, porque se torna maçante. Chega no final, o(a) estudante fica cansado(a). Isso também possibilita outros temas de trabalho com projetos.

• Essa oficina é importante para ajudar o(a)s estudantes com expressão, apresentarem trabalhos, editarem materiais… Isso influencia em tudo, no seguimentos dos estudos ou mesmo para o mercado de trabalho.

• É uma oficina bastante interdisciplinar, porque pode ser relacionada com várias outras áreas. Já fazemos isso em algumas aulas de matemática, com produção de vídeos, de músicas…

• No fechamento do conteúdo, o(a)s estudantes apresentaram um teatro sobre um assunto de matemática, e depois ele(a)s apresentaram várias vezes o mesmo teatro, porque ficaram mobilizado(a)s.

• É fundamental refletir sobre as nossas próprias práticas (toda comunicação tem uma intenção).

• Em sala de aula, o(a)s estudantes não têm facilidade de se expressar, mas trabalhar com isso desde pequeno(a)s, melhora a comunicação, a interação e o trabalho em equipe. É importante também que ele(a)s se reconheçam como fundamentais para a sociedade.

• Essa oficina se relaciona com as outras, porque nas outras oficinas a comunicação também é importante, por exemplo, para angariar recursos, comunicar resultados…

• Eu vejo essa oficina fundamental para conversar com o(a)s aluno(a)s sobre a responsabilidade de uso das mídias, além da importância de se procurar fontes confiáveis de pesquisa. Espero que seja uma oficina que impulsione a oratória, a gramática… Tenho preocupação de que essa oficina se desvirtue para o uso das mídias sem responsabilidade, como vemos em muitos casos.