Módulo 3 | Unidade 3

Sexualidade no cotidiano escolar

Há quem pense que a sexualidade deva ficar do lado de fora da escola. Nessa perspectiva, a escola deveria ser um local de estudo, de amizades – e não de namoro – de esportes, de brincadeiras etc. É possível, no entanto, deixar a sexualidade do lado de fora? Será que estudo e convívio não têm nada a ver com gênero, sexualidade e política, nem com questões de classe, raça ou cor? Que questões sobre orientação sexual as relações na sala de aula e no pátio deixam transparecer?

Tentativas de dessexualização do espaço escolar estiveram por muito tempo presentes no ensino. Uma dessas estratégias foi estudada no módulo sobre gênero. Trata-se da existência, por muitos anos, de escolas distintas para meninas e meninos, onde elas tinham aulas com professoras e eles, com professores. Embora essa separação não exista mais, algumas outras tentativas de dessexualização ainda existem, como a proibição de namoro dentro da escola. O foco deste controle estando na separação de meninas e meninos nos permite constatar até que ponto a norma heterossexual está presente na organização dos desejos: a diversidade sexual está tão oculta que ela pode ser simplesmente ignorada, como se não existisse. Isto acontece em sua escola? Quais os resultados desta atitude?

Não é possível deixar a sexualidade do lado de fora da escola. Ainda que quiséssemos, isto seria impossível. Mesmo quando meninas e meninos eram separados em escolas distintas, a sexualidade estava presente. Talvez se fechassem os olhos para ela, mas estava lá. Até porque sexualidade não existe apenas nas relações entre gêneros distintos. Alguns jogos e brincadeiras na escola, por exemplo, surgem carregados de violência simbólica e até mesmo física, as quais não podem ser negligenciadas. A educação sexual na escola será o nosso ponto agora, mesmo porque a sua presença no ambiente escolar é um exemplo do quanto a sexualidade adolescente é também foco de investimento político e instrumento de tecnologia de governo, ou seja, ela está fundamentada em uma forte preocupação em administrar, tornando correto, o modo como as/os adolescentes vivenciam a sexualidade, sem questionar a orientação implícita na noção de um “desenvolvimento sexual normal”.

À direita da tela, você encontra todo o material necessário para o estudo do tema desta Unidade:

  • Em primeiro lugar, clique em animação para ver o caso que envolve questões importantes para tal estudo.
  • Em seguida, leia os textos para poder compreender os fenômenos abordados no caso e em situações semelhantes.
  • Se desejar ou se for necessário, imprima o texto da animação e os textos para leitura.

Para encerrar, vá ao fórum participar do debate sobre o caso, tendo sempre em mente os conceitos estudados nos textos.

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